RFID e Códigos de Barras em Ambientes Refrigerados – Automação de Processos na Cadeia Fria
Por: Dorival Souza
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RFID e Códigos de Barras em Ambientes Refrigerados – Automação de Processos na Cadeia Fria
A automação em ambientes refrigerados torna-se um desafio por se tratar de controle de temperatura e manutenção da integridade de produtos. Desde medicamentos e alimentos perecíveis até outros itens sensíveis, garantir que esses produtos permaneçam em condições ideais ao longo de toda a cadeia de suprimentos exige tecnologias sofisticadas e um gerenciamento preciso.
Essa automação surge como uma das soluções mais eficazes para garantir a eficiência, a rastreabilidade e o controle de temperatura nesses cenários desafiadores. Tecnologias como RFID (Identificação por Radiofrequência) e códigos de barras estão revolucionando a logística de cadeia fria, otimizando processos, reduzindo erros e garantindo o rastreamento em tempo real. No entanto, a implementação dessas tecnologias em ambientes frigorificados não é uma tarefa simples e exige considerações especiais.
Neste blogpost, vamos explorar os principais benefícios, os desafios e as considerações necessárias para adotar essas soluções em ambientes refrigerados, além de apresentar exemplos práticos de como a automação em frigoríficos pode ser realizada com sucesso.
O Desafio da Logística em Cadeia Fria
O setor de logística de cadeia fria enfrenta desafios específicos devido à necessidade de manter produtos em temperaturas rigorosamente controladas. Se um produto perecível, como um determinado alimento, for exposto a temperaturas inadequadas durante o transporte ou armazenamento, ele pode perder sua qualidade ou até mesmo se tornar impróprio para consumo. Isso pode resultar em prejuízos significativos para os negócios e até mesmo em questões de segurança alimentar.
Mas além disso, a automação em ambientes refrigerados é outro obstáculo. É preciso saber lidar com diversas variáveis que podem impactar a precisão e a eficiência dos processos logísticos. A presença de condições extremas de temperatura, umidade elevada, e o risco de interferência de metais ou outros materiais, como gelo, exigem que as soluções de automação sejam adaptáveis e extremamente robustas.
Aqui, as tecnologias de RFID e códigos de barras desempenham papéis cruciais na simplificação dos processos e na garantia da integridade dos produtos, tornando possível um controle e rastreamento preciso de cada item ao longo da cadeia.
RFID e Códigos de Barras: O que são e como funcionam em ambientes refrigerados?
RFID em Ambientes Refrigerados
A tecnologia RFID funciona através de etiquetas que são lidas por leitores sem a necessidade de contato direto. Essas etiquetas, geralmente compostas por um chip e uma antena, são ativadas quando um leitor emite ondas de radiofrequência que captam as informações armazenadas. Em ambientes frigorificados, o uso de RFID permite rastrear produtos em tempo real, sem a necessidade de visibilidade direta entre o leitor e a etiqueta.
No entanto, o uso de RFID em ambientes refrigerados requer tags específicas que possam suportar as temperaturas extremas desses locais. Tags passivas de RFID são comumente utilizadas, pois são mais econômicas e não exigem bateria. Porém, a sua durabilidade e eficácia dependem da resistência ao frio intenso e à umidade. Por isso, escolher tags especialmente projetadas para ambientes com baixas temperaturas é fundamental para evitar falhas na leitura e garantir a integridade dos dados.
Códigos de Barras em Ambientes Refrigerados
Os códigos de barras funcionam de maneira diferente. Cada código é impresso em uma etiqueta que contém uma representação gráfica de dados. Para lê-los, é necessário um scanner que capture a imagem do código e decodifique as informações. Embora os códigos de barras sejam mais comuns em ambientes refrigerados devido ao seu custo mais baixo, eles também apresentam desafios, como o desgaste das etiquetas devido ao frio extremo e à umidade.
Embora o código de barras possa ser uma opção viável, o RFID oferece uma série de vantagens em termos de eficiência e automação, como a possibilidade de leitura sem contato e maior velocidade na coleta de dados.
Benefícios da Automação em Ambientes Refrigerados
1. Melhoria na Eficiência Operacional
Um dos maiores benefícios da automação em frigoríficos é o aumento significativo da eficiência operacional. O uso de RFID e códigos de barras elimina a necessidade de processos manuais e repetitivos, acelerando a movimentação de mercadorias e melhorando o tempo de resposta. A coleta automatizada de dados de estoque e a rastreabilidade em tempo real ajudam a otimizar o fluxo de trabalho, reduzir atrasos e minimizar os erros humanos.
2. Precisão no Controle de Temperatura
A precisão no controle de temperatura é um dos aspectos mais críticos na logística de cadeia fria. Ao integrar RFID e códigos de barras com sistemas de monitoramento de temperatura, é possível garantir que os produtos sejam armazenados e transportados dentro dos parâmetros de temperatura ideais. Qualquer desvio pode ser rapidamente identificado, permitindo ações corretivas antes que ocorram perdas significativas.
3. Aumento da Rastreabilidade e Conformidade Regulatória de produtos
Em mercados como o alimentício e farmacêutico, a rastreabilidade dos produtos é fundamental para garantir a conformidade com as regulamentações de segurança e qualidade. A automação em ambientes refrigerados proporciona visibilidade total sobre o ciclo de vida dos produtos, desde a produção até o consumo final. Isso facilita auditorias e assegura que os produtos atendam aos padrões exigidos pelas autoridades regulatórias.
4. Conformidade Regulatório com a NR-36
A Norma Regulamentadora nº 36, estabelecida pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) do Brasil, trata da segurança e saúde no trabalho em empresas de abate e processamento de carnes e derivados. Ela foi criada com o objetivo de reduzir os riscos ocupacionais nesse setor, que historicamente apresenta altos índices de acidentes e doenças ocupacionais, como lesões por esforço repetitivo (LER/DORT), cortes, quedas e problemas relacionados a jornadas exaustivas e ambientes frios. Seu descumprimento é passível de multas extremamente altas.
Em seu tópico de Ambiente Térmico, a norma define limites para exposição ao frio e exige fornecimento de EPIs (equipamentos de proteção individual) adequados, assim como prevê locais aquecidos para repouso e alimentação.
Em resumo, as pessoas precisam ter um tempo limite estabelecido para o trabalho em ambientes com temperaturas baixas, além de um tempo de reconforto térmico.
A rastreabilidade dos colaboradores submetidos ao ambiente com baixas temperaturas torna-se totalmente efetiva com o RFID. Leitores podem ser colocados na entrada e saída do ambiente refrigerado, assim como tags RFID podem ser colocadas em EPI de cada colaborador. O sistema RFID Integrado a um cronômetro e a um monitor mostra ao colaborador quando exatamente ele deve entrar na câmara fria, assim como quando deve ser seu reconforto térmico.
5. Redução de Erros e Perdas de Estoque
Erros humanos no manuseio de mercadorias, como a entrada incorreta de dados ou falhas no registro de temperatura, podem levar a perdas significativas de estoque. A automação com RFID e códigos de barras ajuda a minimizar esses erros, garantindo que os produtos sejam sempre corretamente registrados e monitorados, reduzindo as chances de perdas e desvios.
Desafios na Implementação da Automação em Ambientes Refrigerados
Apesar dos benefícios claros, a implementação de RFID e códigos de barras em ambientes refrigerados envolve alguns desafios. Vamos explorar os principais obstáculos que as empresas devem considerar antes de adotar essas tecnologias:
1. Interferência de Sinais
A presença de metais, líquidos e estruturas metálicas nos ambientes refrigerados pode interferir nos sinais de leitura do RFID. Isso pode impactar a precisão e a velocidade de leitura das tags. Uma solução para isso é realizar um planejamento adequado do layout do ambiente e posicionar corretamente as antenas e leitores de RFID com um estudo de viabilidade. Clique aqui e saiba mais!
2. Durabilidade das Etiquetas
As etiquetas de RFID e códigos de barras precisam ser projetadas para resistir às condições extremas dos ambientes refrigerados. O frio intenso pode danificar ou tornar as etiquetas frágeis, comprometendo sua integridade. A escolha de etiquetas de alta qualidade, feitas com materiais específicos para resistir a baixas temperaturas, é essencial para garantir uma performance duradoura.
3. Integração com Sistemas Existentes
A integração das tecnologias de RFID e códigos de barras com os sistemas de gestão de armazém (WMS) e ERP existentes pode ser complexa. A empresa deve garantir que esses sistemas sejam compatíveis com as novas tecnologias e que os dados coletados sejam facilmente integrados e analisados, sem a necessidade de retrabalho manual. Uma aplicação middleware deve ser considerada e a Proxion Solutions tem o AnyTask RFID Platform que pode ser facilmente personalizado ao seu processo.
Exemplos Práticos de Dispositivos Usados em Ambientes Refrigerados
Para garantir uma automação eficaz, é necessário contar com dispositivos e leitores de alta performance, que sejam especificamente projetados para ambientes refrigerados. Um exemplo de dispositivo ideal para esse tipo de ambiente é o MC93 da Zebra Technologies. Esse coletor de dados robusto foi projetado para suportar temperaturas de até -30°C, permitindo que as equipes realizem a coleta de dados de forma eficiente, mesmo em câmaras de congelamento.
Além disso, considere leitores RFID com antenas conectadas, ideais para ambientes de frigorífico, já que a antena pode ficar no ambiente hostil e o leitor em ambiente normal, e tags passivas específicas para garantir um desempenho confiável em condições extremas. Esses dispositivos garantem que a automação seja não apenas eficiente, mas também resistente e durável.
O que observar ao escolher um coletor para câmara fria:
| Critério | Importância |
| Faixa de temperatura | Certifique-se de que o equipamento suporta temperaturas negativas extremas através de tela aquecida ou com tratamento anti-condensação |
| Tela touch com luvas | Muitos coletores funcionam com luvas, outros não |
| Condensação e umidade | Ideal ter aquecimento interno e proteção contra névoa e água |
| Leitor integrado | Deve funcionar bem com códigos danificados ou em embalagens frias |
| Tipo de leitura | RFID, 1D/2D, QR Code – conforme o processo exigir |
| Resistência física | Proteção IP67/IP68 para evitar danos por umidade. |
| Bateria | De alta capacidade com aquecimento ou resistente ao frio extremo |
| Conectividade | Robusta (Wi-Fi forte, Bluetooth) |
Já facilitando a sua pesquisa por dispositivos para cadeia fria, elaboramos a tabela comparativa abaixo com os principais fabricantes
Tabela comparativa com os principais coletores de dados para ambientes refrigerados e câmaras frias
| Fabricante / Modelo | Temp. Operação | Tela Aquecida | IP (Proteção) | Leitor | Sistema Operacional | Recursos Extras |
| Zebra MC9300 (Freezer) | -30 °C a +50 °C | Sim | IP65/IP67 | 1D/2D Long Range | Android 10+ | Bateria aquecida, design robusto industrial |
| Zebra WT6300 + RS6000 | Até -30 °C (acessório) | Sim (acessório) | IP65/IP67 | 1D/2D (acoplado) | Android 10+ | Coleta mãos-livres, ideal para voz |
| Urovo RT40 | -30 °C a +50 °C | Sim | IP68 | 1D/2D Imager | Android 10+ | Bateria de 5200 mAh com aquecimento, RFID opcional |
| Urovo DT50H (Cold Chain) | -25 °C a +50 °C | Sim | IP67 | 1D/2D Imager | Android 11 | Compacto, com NFC, Wi-Fi 6 e suporte a RFID |
| Honeywell CK65 (Freezer) | -30 °C a +50 °C | Sim | IP68 | 1D/2D Extended Range | Android 9–13 | Teclado físico, alta durabilidade |
| Datalogic Skorpio X5 Freezer | -30 °C a +50 °C | Sim | IP65 | 1D/2D Standard & Mid-Range | Android 10 | Design ergonômico, tecla lateral grande para uso com luvas |
| Unitech PA760 (Cold Chain) | -20 °C a +50 °C | Parcial (resistente) | IP67 | 1D/2D Imager | Android 10 | Boa relação custo-benefício, leve e compacto |
A Transformação da Logística de Cadeia Fria
A implementação de RFID e códigos de barras em ambientes refrigerados traz benefícios significativos, como a melhoria da eficiência operacional, a precisão no controle de temperatura, a redução de perdas de estoque, e sobretudo, o atendimento a normas regulatórios como a NR-36. No entanto, é fundamental considerar os desafios e garantir que as tecnologias sejam adaptadas às condições específicas de ambientes frigorificados.
Se você está pensando em otimizar seus processos logísticos e implementar a automação em frigoríficos, é essencial contar com uma empresa especializada que entenda as particularidades da logística de cadeia fria.
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